O bairro da Ponta d’Areia, onde hoje se situa o Portugal Pequeno, tem quatro séculos de história, começando a se desenvolver em torno da pesca e da industrialização das baleias, na época um dos negócios mais rentáveis para a colônia portuguesa. Os primeiros portugueses a ocuparem o local, atraídos pelas oportunidades de empregos, eram ferreiros, torneiros, carpinteiros e calafates. Terminando o ciclo das baleias, os galpões e armazéns passaram a servir de quartel provisório para a divisão dos Voluntários Reais, tropas que vieram de Portugal e depois seguiram para o Uruguai.
O processo de urbanização do século XIX, na Ponta D’Areia, se desenvolveu graças à presença lusitana. Surgiram ali pequenas oficinas e estaleiros de reparos navais, nos quais predominava a mão-de-obra portuguesa, e se desenvolveu a primeira indústria naval brasileira.
No século XX, o bairro da Ponta D’Areia foi o ponto de encontro de quase todos os portugueses que escolheram Niterói como sua Segunda terra natal. O nome Portugal Pequeno data deste período, principalmente pela forte presença
lusitana na localidade. Depois, com o crescimento da cidade e o declínio da produção naval, muitos portugueses foram embora da região. Os dois símbolos do local é a Banda Portuguesa e o Café Decolores com suas comidas típicas onde predomina o bacalhau. O outro símbolo da presença marcante dos portugueses na região é a Igreja de Nossa Senhora de Fátima, cuja imagem foi trazida de Portugal em 1929. O assim chamado Portugal Pequeno é composto por casas térreas ou de dois pavimentos, todas de implantação tradicional e alguns cortiços, num programa arquitetônico do último quarto do séc XIX, que serviu para habitação multi familiar dos portugueses que chegavam ao Brasil.