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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Complexo dos Fortes

FORTES DO IMBUÍ E BARÃO DO RIO BRANCO: Na Praia de Fora, hoje conhecida como praia do Forte Rio Branco, foi criado em 1555, um Observatório que, em 1567, é armado e transformado em Bateria, com a construção das primeiras bocas de fogo. Essa Bateria derrota, em 1596, a esquadra holandesa chefiada por Van Noorth e, em 1710, a expedição francesa de Duclerc.

Em 1863, na Ponta do Imbuí, teve início a construção da fortificação nascida com o nome de Forte D. Pedro II, a cargo do engenheiro militar niteroiense Henrique de Beaurepaire Rhoan, encarregado pelo Imperador da execução de um plano de melhoramento das fortificações do litoral fluminense.

O projeto inicial previa a ligação por terra à Bateria da Praia de Fora, criando-se, assim, a necessidade de construção de um segundo forte, inicialmente chamado Forte da Praia de Fora. Em 1893, esse Forte passa a denominar-se Forte Marechal Floriano Peixoto, em virtude da posição tomada pelas guarnições militares sediadas naquela região em defesa do Presidente. A 25 de Novembro de 1938, passa a chamar-se Forte Barão do Rio Branco, em homenagem ao diplomata. À frente de seu portão de entrada estão os dois canhões que abriram fogo contra Duguay Trouin, na invasão francesa de 1711.

A construção da fortificação mais tarde denominada Imbuí ficou paralisada por alguns anos, tendo sido reiniciada em 1893, por ocasião da Revolta da Armada. São então colocadas as cúpulas de ferro e níquel importadas da Alemanha, instalados os canhões alemães Krup e construídas as torres para os canhões. O construtor da época utilizou cantarias de pedras retiradas da própria costa e cimentadas com óleo de baleia, cal de conchas e mariscos. Finalmente, a 24 de Maio de 1901, são inauguradas as instalações do Forte, então denominado Forte do Imbuí, que está desativado há vinte e um anos.

Os dois fortes são ligados por pequena estrada cercada de árvores e praias e compõem, com o Forte do Pico, um conjunto localizado numa área de três milhões e duzentos mil metros quadrados, dos quais 2.800.000 m² são áreas preservadas de Mata Atlântica, com manifestações zoológicas (preguiças, saguis, corujas nativas, etc...)

Local: Avenida Marechal Pessoa Leal, 265 – Jurujuba.

Tel.: 2618-2643 /3611-1161 - Fax: 2711-0166

E-mail: rp21gac@yahoo.com.br

Sede do 21° Grupo de Artilharia de Campanha – 21° GAC

Grupo Monte Bastione - Comandante: Tenente Coronel Adilson Carlos Katibe

Capitão Glauber (Comunicação Social)

Visitação: Sábado a Domingos e Feriados das 10hs às 17hs.

FORTE DO PICO OU DE SÃO LUIZ: A 230 metros de altura, no morro do Pico, com entrada pelo Forte Barão do Rio Branco, estão plantadas as ruínas do conjunto arquitetônico que, no século XVIII, abrigou as fortificações do Pico ou São Luiz.

Em 1715, dá-se início à construção do Forte do Pico, que tem suas instalações inspecionadas, em 1762, pelo Marquês do Lavradio, considerando-se o Forte em condições de funcionamento em 1770. Em 1775 é fundado, sob ordem do mesmo marquês, o Forte de São Luiz, que tem sobre o portão de entrada, o seguinte dístico: “Josepho I. Imperante, Fidel.mo Portugaliae Rege, Provident.mo Príncipe, Arx Haec, Divo Aloisio Sacrata. Fundata est. 1775”. Em 1891, na mesma época da desativação das fortificações brasileiras, os dois fortes são ligados, passando a constituir um único conjunto, hoje denominado Forte do Pico ou de São Luiz, indiferentemente.

Essa fortificação, dada sua altura e localização, protegia a entrada da barra, toda a Baía de Guanabara e a Fortaleza de Santa Cruz de possíveis ataques. Sua ação militar mais conhecida, entretanto, ocorre já na República, por ocasião de rebelião liberada pelo 2º Sargento Silvério Macedo, em 1º de Janeiro de 1892, com o objetivo de restituir o governo a Deodoro da Fonseca. As tropas rebeladas tomam a Fortaleza de Santa Cruz, libertam os prisioneiros, tomam posse dos canhões e de todo o armamento e prendem os oficiais, passando a atirar contra a Fortaleza de Laje. Do Forte do Pico saem dois batalhões que dominam os revoltosos, já bombardeados, por mar, pelos navios comandados pelo próprio Ministro da Marinha, Almirante Custódio de Melo. Mais tarde, este Almirante lidera a Revolta da Armada, sendo derrotado exatamente pelas tropas da Fortaleza de Santa Cruz e Forte do Pico, que se mantiveram fiéis ao governo republicano de Floriano Peixoto.

Em 1918, sendo Presidente da República Wenceslau Braz, foi concluída a

construção de outra fortificação, na parte mais elevada do morro, contando com modernos e eficientes obuseiros de 280 milímetros, importados da Alemanha, mas considerados, já em 1965, obsoletos, tendo sido o Forte desativado.

Atualmente, as construções do Pico ainda preservam com imponência e grandiosidade guaritas e muros de pedra já cobertos de vegetação, dois imponentes portões de acesso, corredores, galerias e túneis carregados de mistério e largos pátios rochosos. Do alto do Pico, avista-se, de um lado, Fortaleza de Santa Cruz, o Morro da Urca e o Pão de Açúcar, e de outro, o Forte do Imbuí e a infinitude atlântica, numa visão absolutamente deslumbrante.

Local: Acesso pelo Forte Barão do Rio Branco.

E-mail: rp21gac@yahoo.com.br

Tel.: 2711-0366 / 2710-7840

Sede do 21° Grupo de Artilharia de Campanha – 21° GAC

Grupo Monte Bastione - Comandante: Tenente Coronel Adilson Carlos Katibe

Capitão Glauber (Comunicação Social)

Visitação: Sábados, domingos e feriados Nacionais das 09hs ás 17hs.

FORTALEZA DE SANTA CRUZ: Em 1555, o Almirante francês Nicolau Durand de Villegaigon montou duas bocas de fogo no pequeno promontório localizado à direita de quem entra na barra do Rio, controlando o canal, e alcançando com fogo os Fortes de Copacabana, Laje, São João e Imbuí. Estava instalada a fortificação que seria dominada em 1567 pelo Governador-Geral Mem de Sá e elevada, no mesmo ano, à categoria de Bateria, por Salvador de Sá, que lhe deu o nome de Bateria de Nossa Senhora da Guia. Em 1599 impede-se, da fortificação, a entrada na baía de Guanabara da esquadra do corsário holandês Oliver Van Noorth.

Já em 1612, contando então com vinte bocas de fogo, passa a ser chamada de Fortaleza de Santa Cruz da Barra, tendo seu regimento aprovado em 24 de Janeiro de 1613 por D. Álvaro Silveira e Albuquerque Governador da cidade, que foi o responsável pela ordem de construção de cinco celas na rocha, com dois metros de altura e sessenta centímetros de largura, destinadas a presos políticos.

Durante todo o século XVIII e até o início do século XIX à Fortaleza é mantida em

completo e permanente estado de guerra. Em Dezembro de 1831 passa a funcionar como presídio político, contando com câmara de tortura e praça de enforcamento. Esta situação perdura até 1911 e a Fortaleza volta a ser presídio do Exército em 1968.

No século XIX, década de 60, as instalações são ampliadas: constroem-se duas ordens de casamatas (vinte no 1º andar e vinte e uma no 2º) e uma bateria com canhões de maiores calibres, erguem-se as muralhas, é concluída a reconstrução do paiol de pólvora e, ao lado do paiol grande, é construído um salão com mais de 200 m², com teto de pedras de granito abobadadas, talhadas a mão e ligadas com óleo de baleia, cal e mariscos triturados. Em 1882, a Fortaleza é dotada de enfermaria, farmácia e iluminação a gás carbônico.

Nessa ocasião, a Fortaleza cedia o quartel do 1º Batalhão de Artilharia a Pé, criado em 18 de Novembro de 1879. A 1º de Agosto de 1917 é criado o 1º Grupo de Artilharia de Costa. A 05 de Julho de 1922 a Artilharia bombardeia o Forte de Copacabana e a 04 de Novembro de 1924 responde a bombardeio do encouraçado São Paulo que, entretanto, consegue transpor a barra. O último disparo produzido pelas tropas da Fortaleza de Santa Cruz foi um tiro de advertência, em 1955, contra o cruzador Tamandaré.

A Fortaleza de Santa Cruz, com seu complexo arquitetônico imponente e grandioso, causa ao observador o impacto do susto e o apaziguamento da beleza. As celas de prisioneiros, a lembrança das câmaras de tortura, as grades impenetráveis que miram a antiga forca vigiada por guarita interna, as marcas de fuzilamento no paredão, falam de tempos remotos e até mais recente que devem ser documentados para não serem repetidos; a capela de Santa Bárbara, em estilo colonial, a visão do mar e do céu em eterno encontro e a presença da força do homem em construção que desafia a natureza, são elementos representativos da esperança de que a Fortaleza seja, para sempre, apenas isto: um documento histórico da capacidade humana, um lugar em que se encontre a possibilidade de reverenciar o encontro da produção cultural, artística e artesanal com o mundo natural.